sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A Utilização de Pranchas no Atendimento Educacional Especializado



Introdução

O Atendimento Educacional Especializado é um serviço destinado às crianças com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, tendo seu atendimento em Salas de Recursos Multifuncionais ou em Centro de Atendimento Educacional Especializado da rede pública.
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) preconiza que:

A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular.
O atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela”.

Dentre as atividades de atendimento educacional especializado estão os programas de enriquecimento curricular, o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização e tecnologia assistiva. Ao longo de todo o processo de escolarização esse atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica do ensino regular de forma a garantir de fato a inclusão do aluno no ensino regular e não a apenas a sua matrícula e inserção em um determinado espaço.
O trabalho em questão dispõe-se a pensar a educação de crianças com Deficiência Mental/Intelectual apresentando uma metodologia possível e eficaz no desenvolvimento de habilidades e competências em crianças que precisam de estímulos diferenciados e adequados a sua condição, reconhecendo a sua potencialidade e otimizando-a.



Objetivos


  • Criar e produzir materiais que possibilitem uma prática pedagógica mais dinâmica;
  • Conscientizar os demais professores sobre as possibilidades do fazer pedagógico com alunos portadores de deficiência através de materiais diferenciados ;
  • Utilizar recursos e serviços pertinentes às Tecnologias Assistivas;
  • Realizar intervenções adequadas às necessidades dos alunos incluídos;


Referencial Teórico

De acordo com os objetivos pretendidos, a prática do uso de pranchas tem como base o desenvolvimento de habilidades que resultarão em competências na vida dos alunos.
Neste sentido, Bersch e Machado (2006), consideram:

A educação inclusiva traz consigo o desafio de não só acolhermos os alunos com deficiência, mas de garantirmos condições de acesso e de aprendizagem em todos os espaços, os programas e as atividades no cotidiano escolar. Por isso, o atendimento educacional especializado aparece como garantia da inclusão e, a tecnologia assistiva como ferramenta, que favorece este aluno a ser atuante e sujeito do seu processo de desenvolvimento e aquisição de conhecimentos”. (Bersch e Machado, 2006 – Módulo 3 – Tecnologia Assistiva).

Assim, além de ser um direito de todos, o acesso à educação proporciona o desenvolvimento para o exercício da cidadania. Neste sentido, independente de como sejam os sujeitos, todos têm o direito à educação. As diferenças não devem ser colocadas como barreiras, assim como as deficiências devem ser consideradas para que estratégias sejam adotadas e as oportunidades sejam apresentadas sem impedimentos.


Desenvolvimento

O direito do aluno com necessidades educativas especiais e de todos os cidadãos à educação é um direito constitucional. A garantia de uma educação de qualidade para todos implica, dentre outros fatores, um redimensionamento da escola no que consiste não somente na aceitação, mas também na valorização das diferenças.

Cada aluno numa sala de aula apresenta características próprias que os tornam únicos e especiais, constituindo uma diversidade de interesses e ritmos de aprendizagem, o desafio da escola hoje é trabalhar com essas diversidades na tentativa de construir um novo conceito do processo ensino.

Nesta perspectiva buscamos desenvolver uma metodologia referenciada na Tecnologia Assistiva no entendimento de que esta é a que melhor contribui para a permanência e o sucesso do aluno.

Entende-se por Tecnologia Assistiva

As Tecnologias Assistivas são recursos de suma importância, pois elas têm como finalidade proporcionar à pessoa portadora de deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação da comunicação, mobilidade, controle do seu ambiente, habilidades de seu aprendizado, competição, trabalho e integração com a família, amigos e sociedade. (...) Podem variar de um par de óculos ou uma simples bengala a um complexo sistema computadorizado” (DAMASCENO&FILHO, 2005, p. 02).

Para garantir a inclusão do aluno com necessidades educativas especiais na escola o professor que atua no Atendimento Educacional Especializado deve concentrar-se em uma análise sobre o funcionamento da escola , o seu currículo e o tipo de avaliação, oferecendo materiais diversificados que estimulem e possibilitem um melhor desenvolvimento do aluno, bem como sugerindo modificações que reduzam as diferenças e aumente as possibilidades de sucessos escolares, não só dessas crianças, mas de todos os alunos.
Diante deste desafio da inclusão, consideramos que o das tecnologias assistivas podem facilitar e auxiliar o trabalho pedagógico, com o objetivo de minimizar as diferenças que venham a prejudicar as relações educacionais e também sociais. As intervenções propostas neste enfoque viabilizam o desenvolvimento do processo de aprendizagem de modo mais eficiente.



Conclusão

Acreditamos que tudo que é feito com amor e dedicação certamente renderá frutos. Entendemos e vivenciamos as dificuldades do dia a dia de uma sala de aula, no entanto, percebemos que tudo é possível quando somamos esforços em prol de um mesmo objetivo. A construção de materiais pedagógicos adaptados requer do professor do Atendimento Educacional Especializado disposição, dedicação e constante exercício da criatividade.

É importante que se atenda às necessidades do aluno no contexto determinado, verificando sempre se os materiais estão facilitando a ação do aluno e do educador, ou se há necessidade de se fazer novas adaptações. Enfim, esperamos que nossa prática em sala de aula possa contribuir no fazer pedagógico de cada profissional da educação, principalmente, no processo de inclusão da pessoa com deficiência, minimizando assim suas limitações.



Referências Bibliográficas


BERSCH, Machado . Tecnologia Assistiva. Módulo 3 – 2006.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes Nacionais
para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC/SEESP, 2001.
DAMASCENO, Luciana Lopes; FILHO, Teófilo Alves Galvão. Recursos de Acessibilidade.
Disponível em: www. infoesp.vilabol.uol.com.br/recursos/recurso1.htm. Acesso em: 20 de abril de 2006.
INCLUSÃO, Ciranda. A revista do educador. Ano 1 – 08 – julho de 2010.

INCLUSÃO, Revista de Educação Especial, ano 2, nº 2, agosto/2006, pág.27.

Curso de Formação de Tutores para Educação a Distância, módulo 3 – Tecnologias Assistivas.

Resolução CNE/CEB 4/2009. Diário Oficial da União, Brasília, 5 de outubro de 2009, Seção 1, p. 17.



Fernanda Cibien Taquini (EEEF “Bairro Boa Vista”)
Patrícia Vassoler (EEEF “Professor Carlos Dias Miranda Cunha”)


  novembro de 2012 - São Gabriel da Palha – ES.

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